Não Há Mudança sem Dor

A qualidade superior de uma organização, no caso um Centro Espírita, só pode ser alcançada melhorando-se a capacidade dos seus colaboradores, das suas equipes dirigentes e do sistema como um todo. Com isso, obtêm-se melhores resultados nos serviços prestados. A formação de tal ambiente permite que todos se sintam diretamente responsáveis pelos resultados, pois todos terão mais liberdade de desenvolver as suas habilidades e de dividir suas idéias com os demais participantes.

Tudo isso é fácil? Não. Isso porque o resultado produtivo depende de um doloroso processo de mudança. A mudança maior – e a mais difícil – é aquela que evoca a perda de poder. A questão é: Como um dirigente, moldado no velho modelo de administração, poderá se transformar, tornando-se ágil no atendimento ao assistido e, acima de tudo, capaz de colaborar espontaneamente com as tomadas de decisão em grupo?

O ponto de partida é a distribuição de tarefas. Todos precisam aprender como funciona a entidade Centro Espírita e como eles podem contribuir para fortalecer o sistema.

As resistências às mudanças são terríveis e, a maior parte delas, é dissimulada. A vivência na Casa Espírita nos mostra que 80% das pessoas acham que têm de mudar mas, na prática, apenas 20% delas admitem que elas próprias estão precisando mudar.

Apontamos, a seguir, alguns inimigos ao projeto de mudança:

1.º) instabilidade emocional das pessoas, que se deixam envolver por bagatelas;

2.º) incapacidade que algumas pessoas têm para lidar com as mudanças complexas  no seu trabalho;

3.º) o preconceito de que as pessoas sozinhas não podem resolver todos os problemas, pois não se acostumaram, nem foram treinadas para trabalharem em equipe, em que o ego de cada integrante tem que ceder espaço ao ego dos outros;

4.º) distância entre a teoria (discurso) e a prática. Aqui, as pessoas costumam concordar da “boca para fora”, mas quando voltam aos seus postos de comando, defendem ferrenhamente os seus pontos de vista.

Como até agora não havia um modelo de comportamento desejado, não se pode exigir que as pessoas mudem e abram mão do controle, se elas jamais aprenderam a fazer isso.

Em resumo, a mudança para um modelo mais participativo requer uma profunda transformação, pois exige tempo e planejamento rigoroso, bem como uma série de passos que ensine novos comportamentos e conduza as pessoas às novas estruturas.  

A transformação qualitativa de um Centro Espírita não é tarefa de um dia; ela pode se estender a uma geração. O importante é que seja procurada com persistência, lucidez e muito cuidado. Por fim, lembremo-nos sempre de que: TODA A MUDANÇA IMPLICA DOR.   

José Antenor Gomes Filho

 

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