Avaliação das Atividades de uma Casa Espírita

Em qualquer tipo de empresa -  pública, privada, mista ou sem fins lucrativos - deve-se, de tempos em tempos, avaliar o desenvolvimento das diversas atividades que compõe a dinâmica da organização.

Em termos governamentais, prefere-se adotar algumas posturas cômodas, ou seja, mostrar números. Exemplo: no período X foram assentadas 20.000 famílias. A verificação do que aconteceu com essas famílias, depois de assentadas, fica para o 2.º plano. Quer dizer, faltou uma avaliação mais objetiva dos programas adotados. E no meio espírita, será que não fazemos o mesmo?

Para avaliar corretamente uma Entidade, devemos olhá-la como um estranho, como uma pessoa que nela chegasse pela primeira vez. Nesse caso, eliminaríamos de nós o preconceito, o automatizado, tudo aquilo que virou rotina e transformou-se numa verdade para toda a organização.

Coloquemos tudo no papel: gastos com água, luz e telefone; os inúmeros eventos que estão sendo feitos durante o ano, principalmente aqueles que fazem os recursos financeiros saírem da Entidade, tais como, excursão, sacolas de natal, doações a terceiros etc.

Algumas anotações:

1) tempo gasto na preparação de ambiente para a realização de um trabalho espiritual. Muitos dirigentes evocam a presença de tantas entidades - muitas sem ligação com o Espiritismo -, que perdemos a conta. Será que não podíamos ser mais objetivos?

2) as  vibrações à distância. Há dirigentes que se estendem demasiadamente nos nomes de pessoas e entidades, dificultando a atenção e concentração do público presente. 

3) discurso oco. Há oradores que não preparam devidamente o seu tema, mas mesmo assim sobem à tribuna e lançam ao público as suas opiniões pessoais, muitas vezes desprovidas do embasamento doutrinário. 

4) planeja-se uma coisa; faz-se outra. Convoca-se  uma reunião, acertam-se detalhes de funcionamento comum. Todos concordam. Na prática, cada qual acaba agindo ao seu modo, desobedecendo ao consenso do grupo. 

5) sacolas de fim de ano. Habituou-se distribuir 2000 sacolas de natal às famílias carentes. Há validade neste número, se as famílias atendidas durante o ano são 40? Pensemos: este dinheiro sai da entidade. Não poderíamos diminuí-lo?  

6) arrecadação de fundos. Suponha que os recursos financeiros, para a manutenção de Entidade Beneficente, venham de chás, bazar e mensalidades. Poder-se-ia indagar sobre esses eventos e verificar se estão valendo a pena, se estão rendendo o necessário, se não há outra maneira de arrecadar fundos para a manutenção da sede social.

Se percorrermos mentalmente as atividades de nossa Casa Espírita, com certeza, descobriremos muitas outras falhas. Tomando consciência delas, poderemos corrigi-las e assim melhorar o atendimento ao público. 

(Org. por Sérgio Biagi Gregório)

São Paulo,  agosto de 2006.

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