De acordo com o Sr. João Zilio Grillo, Tesoureiro da Primeira Diretoria do C.E.I., a fundação desta entidade originou-se nas conversas travadas entre o Sr. Humberto Bury e o Sr. Antonio Grillo Filho, seu irmão, em 1961, quando voltavam das reuniões do “Culto Cristão no Lar”, realizadas, às 5.ª feiras, nas dependências da Federação Espírita do Estado de São Paulo. A questão levantada por eles era a seguinte: por que, ao invés de nos locomovermos até o centro da cidade, não o fazemos em nossas próprias residências?
Colocando em prática tal idéia, eles implantaram o “Culto Cristão” em seus próprios lares, alternando a casa para a realização do mesmo. Com o tempo, outras casas entraram no rodízio do “culto”: a da família Vianello e a do próprio Sr. João Zilio Grillo.
Os membros de cada família foram, naturalmente, divulgando as reuniões entre os seus parentes e amigos. Com isso, a procura pelos novos ensinamentos aumentava enquanto as casas ficavam cada vez menores. A solução encontrada foi estabelecer um único local, ou seja, a residência do Sr. Antonio Grillo, localizado na Rua da Alegria, 84 Fundos, em Jaçanã. O Sr. Antonio Grillo Filho cedia o espaço de sua oficina. Só que havia um pequeno problema: em todos os dias de reunião, havia a necessidade de encostar e desencostar as máquinas.
Uma vez fixado o
local, começaram a pensar no nome para a fundação do CEI. Foi pedido para que
cada pessoa trouxesse um nome, o qual seria escolhido pelos idealizadores das
reuniões. O Sr. Antonio Grillo filho comentou que havia sonhado com o anjo Ismael, e
que seria interessante escolher este nome, ou seja, Centro Espírita Anjo
Ismael. Este foi unanimemente aceito, contudo não pode ser registrado como anjo,
ficando simplesmente Centro Espírita Ismael.
O Sr. Bury, antigo funcionário da extinta TV Tupi, tinha mais facilidade com as letras, e se encarregou de preparar toda a papelada para o registro do Centro Espírita Ismael, nos órgãos competentes. Isto se deu no dia 15 de agosto de 1962, como consta de Ata de Fundação.
Enquanto os dirigentes se preocupavam com os aspectos legais da criação desta entidade, a procura pelos ensinamentos espíritas aumentava, e a oficina cedida pelo Sr. Antonio Grillo filho, já não comportava todo o volume de pessoas. Certa feita caiu uma chuva tão forte, e os freqüentadores tiveram que ser alojados na sala e nos quartos da residência do Sr. Antonio Grillo filho, o que causou um certo desconforto para a família.
Em vista disso, começaram a procurar um novo local para a realização das reuniões. Dentre os imóveis à venda na redondeza, optaram pelo da Av Henri Janor, 141. Mas, a casa já estava prometida para outra pessoa. O Sr. João diz que o grupo queria tanto este local que fizeram até vibrações para que o interessado desistisse da compra. Voltaram a falar com o proprietário e este lhes disse que se a pessoa não viesse com o dinheiro até 2.ª feira, às 10h, a casa seria do Centro. Foi o que aconteceu. Contudo, o pessoal do CEI também não tinha o dinheiro.
Mas o dinheiro surgiu. Conta-se que o Sr. Rasga, relatando o fato na FEESP, recebe de um de seus colaboradores, um cheque no valor do imóvel. Vem correndo e compra a casa onde estamos até hoje.