Sérgio Biagi Gregório
Parábola - do lat. parabola
- significa argumento que consiste no aduzir
uma comparação ou um
paralelo. No sentido evangélico,
espécie de alegoria que envolve algum preceito moral. Talento - do lat. talentum -, peso e moeda da antiga Grécia
e Roma.
O sentido metafórico desse termo, derivado da parábola evangélica dos
talentos, é o de “uma superioridade da faculdade conhecedora, que não provém
do ensino mas da aptidão natural do sujeito”.
A Parábola dos Talentos (Mateus, cap. 25, vv.
14 a 30) retrata a situação de um homem que, ao ausentar-se para longe, chamou
seus servos, e entregou-lhes os seus bens. Ao primeiro deu cinco talentos, ao
segundo, dois e ao terceiro, um. Os dois primeiros negociaram os talentos
recebidos e devolveram, respectivamente, dez e quatro talentos. O terceiro
devolveu apenas o que havia recebido. Os
que multiplicaram seus
talentos ganharam
novas intendências. Mas o
que o guardou, até este o amo lhe
tirou, dizendo: "Porque a
todo o que já tem, dar-se-lhe-á, e terá
em abundância; e ao que não tem, tirar-se-lhe-á até o que parece que
tem".
Essa
parábola trata da multiplicação do dinheiro.
Analisada friamente, entenderíamos que o dinheiro
recebido deveria
ser devolvido em dobro. Se ficarmos somente na letra, despenderíamos
todos os nossos esforços para o aumento de nossos bens materiais. Contudo, qual
o sentido metafórico do relato bíblico?
O
Espírito Irmão X, no livro Estante da
Vida, psicografado por F. C.
Xavier, interpreta a parábola nos seguintes termos: ao primeiro o senhor dera
Dinheiro, Poder, Conforto, Habilidade e Prestígio; ao segundo, Inteligência e
Autoridade; ao terceiro, o Conhecimento Espírita. O primeiro acrescenta
Trabalho, Progresso, Amizade, Esperança e Gratidão; o segundo, Cultura e
Experiência; o terceiro,
devolve intacto. Em vista do
ocorrido, o senhor ordena que se tire o Conhecimento Espírita desse último e o
dê aos dois primeiros.
Metaforicamente
considerada, essa parábola refere-se à responsabilidade na multiplicação dos
bens recebidos. Se o Criador houve
por bem ofertar-nos a luz do Conhecimento Espírita, não podemos ocultá-lo com
receio de represálias e dissabores. Espargindo a luz da verdade vamos iluminar
os detentores do Poder, do Dinheiro, da Inteligência etc. Com isso, ajudaremos
a construir um mundo mais justo e mais fraterno.
Reflitamos
sobre os nossos talentos ocultos. Não esperemos que o Senhor venha cobrar-nos
para que possamos colocá-los a favor do nosso próximo.
Fonte de
Consulta
KARDEC, A. O
Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed.,
São Paulo, IDE, 1984.
XAVIER, F. C. Estante da Vida, pelo
Espírito Irmão X. 3. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1974.
São Paulo, julho de 2000.
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