Sérgio Biagi Gregório
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Contradição: Filosofia: 4.1. Conhecimento pela Lógica; 4.2. Lei de Não-Contradição; 4.3. Alguns Aspectos da Contradição na Filosofia. 5. Contradições: Espiritismo: 5.1. Contradições Espíritas e suas Causas; 5.2. Contradições dos Espíritos Superiores; 5.3. O Controle da Verdade. 6. Mistificações: 6.1. Responsabilidade Mediúnica; 6.2. A Ocorrência da Mistificação; 6.3. Prevenção da Mistificação. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O que se entende por contradição? E mistificação? Quais são as causas das contradições? Há contradição entre os Espíritos superiores? Por quais meios somos mistificados? Como entender a "busca da verdade"?
2. CONCEITO
Contradição. Refere-se à divergência de opiniões em torno dos fenômenos espirituais.
Mistificação. Refere-se aos Espíritos enganadores e àqueles que tomam o nome de pessoas famosas nas suas manifestações.
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Mediunidade é a faculdade humana, natural, pela qual se estabelecem as relações entre os homens e os Espíritos.
Quanto ao fenômeno, temos: 1) fenômenos de efeitos físicos; 2) fenômenos de efeitos intelectuais.
Quanto à funcionalidade, temos: 1) mediunidade generalizada (todos os seres humanos); 2) mediunato (compromisso).
Todos somos seres humanos imperfeitos, portanto, sujeitos ao erro de interpretação da realidade.
Este tema refere-se ao capítulo 27 de O Livro dos Médiuns.
4. CONTRADIÇÃO: FILOSOFIA
4.1. CONHECIMENTO PELA LÓGICA
Se quisermos alcançar a verdade por meio da razão, precisamos saber o que é a verdade. Na Metafísica, Aristóteles forneceu-nos uma luz: “Dizer do que é que ele não é e do que não é o que ele é, é o falso; dizer do que é que ele é e do que ele não é, é verdadeiro”.
Para perseguir a verdade, precisamos refletir sobre como raciocinar ou argumentar racionalmente sobre qualquer coisa.
4.2. LEI DE NÃO-CONTRADIÇÃO
Às vezes chamada de lei de contradição, a lei de não contradição significa que A (um marcador de lugar para qualquer coisa) não pode ser não-A da mesma maneira, ao mesmo respeito, ao mesmo tempo.
4.3. ALGUNS ASPECTOS DA CONTRADIÇÃO NA FILOSOFIA
A contradição está sempre no discurso, na opinião, nunca no mundo real. A realidade é o que é, independentemente de nosso julgamento. Dizer que o círculo é quadrado é uma contradição, pois o círculo real é redondo.
As contradições desempenham importante papel nas provas por reductio ad absurdum (redução ao absurdo)
Nas obras de Hegel e Marx, uma contradição é um par de características que produzem conjuntamente uma tensão instável num sistema político ou social.
5. CONTRADIÇÕES NO ESPIRITISMO
5.1. CONTRADIÇÕES ESPÍRITAS E SUAS CAUSAS
Na Doutrina Espírita, a contradição refere-se à divergência de opiniões em torno dos fenômenos mediúnicos. Muitos detratores do Espiritismo baseiam-se nas contradições dos Espíritos para denegrir os fundamentos doutrinários. Para bem entender o assunto, temos que nos identificar com a natureza do mundo invisível. Os Espíritos não pensam da mesma maneira em virtude da infinidade de graus de evolução. Talvez, o mais importante é detectar as causas dessas contradições: ignorância de certos Espíritos, velhacaria, insuficiência da linguagem humana e dos meios de comunicação para o Espírito transmitir todo o seu pensamento.
5.2. CONTRADIÇÕES DOS ESPÍRITOS SUPERIORES
Os Espíritos superiores não se contradizem. As mensagens podem ser diferentes conforme as pessoas e os lugares. Assim sendo, a contradição é apenas aparente, pois se baseia nas palavras e não no pensamento. Além do mais, os Espíritos superiores empregam linguagem diferente sobre o mesmo tema, por que não é conveniente atacar bruscamente os preconceitos, com vistas de não perder o ouvinte. Falam de acordo com a opinião do grupo, procurando levá-los pouco a pouco à verdade. Ainda: precisamos aprofundar as respostas e meditá-las longa e seriamente; é todo um estudo que se tem a fazer. É preciso tempo para isso, como para tudo o mais.
5.3. O CONTROLE DA VERDADE
Para discernir o erro da verdade, é preciso aprofundar as respostas e meditá-las longa e seriamente; é todo um estudo que se tem a fazer. É preciso tempo para isso, como para tudo o mais. Estudem, comparem, aprofundem-se, sem cessar; o conhecimento da verdade tem este preço. E como querer chegar-se à verdade, quando tudo é interpretado segundo as mesmas ideias estreitas, às quais são tomadas por grandes ideias? Mas o dia não está longe em que os ensinamentos dos Espíritos serão uniformes por toda a parte, não só nas minúcias como nas coisas principais.
6. MISTIFICAÇÕES
6.1. RESPONSABILIDADE MEDIÚNICA
Quando não educamos convenientemente a nossa mediunidade, podemos ser presas fáceis de Espíritos brincalhões. Por isso, uma vez matriculado em um Curso de Educação Mediúnica, devemos nos pautar pela presença constante e a responsabilidade como meio de comunicação do mundo espiritual.
6.2. A OCORRÊNCIA DA MISTIFICAÇÃO
Entre os meios que os Espíritos mistificadores empregam, é preciso colocar, em primeiro lugar, como sendo os mais frequentes, os que têm por fim tentar a cupidez, como a revelação de pretensos tesouros ocultos, o aviso de heranças ou outras fontes de fortuna.
6.3. PREVENÇÃO DA MISTIFICAÇÃO
Embora não estejamos totalmente livres das mistificações, podemos preveni-las. Assim, não nos deixemos ofuscar pelos nomes usados pelos Espíritos para darem validade às suas palavras. Devemos, além disso, ter como suspeitos, à primeira vista, as predições em épocas fixas, assim como todas as indicações precisas no que toca aos interesses materiais. Desconfiemos das teorias empregadas, principalmente quando se afastam dos objetivos morais das manifestações.
7. CONCLUSÃO
Embora a verdade seja rude, busquemo-la incessantemente. Acostumados ao prazer e ao divertimento, começamos a deixar para depois a busca daquilo que é sumamente importante para o nosso progresso espiritual.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
GROOTHUIS, Douglas. Filosofia em Sete Sentenças: Uma Pequena Introdução a um Vasto Tópico. Tradução Milton Camargo Mota. São Paulo: Edições Loyola, 2019.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, capítulo 27.
São Paulo, junho de 2019.
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