Sérgio Biagi Gregório
“O caminhante não tem caminho, o caminho se faz ao caminhar”.
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Símbolo, Campo e Cidade: 4.1. Símbolo; 4.2. Campo; 4.3. Cidade. 5. Buda, Jesus e Paulo: 5.1. Buda; 5.2. Jesus; 5.3. Paulo. 6. Doutrina Espírita: 6.1. Pluralidade das Existências; 6.2. CAMINHO DA VIDA; 6.3. Prosseguindo. 7. conclusão. Bibliografia Consultada.
1. Introdução
O que se entende por caminho? Qual sua essência? Qual a sua simbologia? Há bons e maus caminhos? Que caminho Jesus nos traçou? Que caminho percorrer na vida? Há determinismo? E a questão do livre-arbítrio? O que dificulta a nossa caminhada? A oração feita a Deus tira-nos da dificuldade que temos de passar na vida?
2. Conceito
Caminho. Nome genérico das faixas de terreno que conduzem de um lugar a outro. Atalho, vereda, espaço que se percorre. É símbolo incessante da vida humana.
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Caminho é um termo muito usado nas diversas filosofias e religiões: fala-se em caminho da salvação, caminho da perdição, caminho do meio, caminho dos extremos.
Para os egípcios, o caminho do ser humano era comparado à trajetória do sol.
Na China antiga, o Tao é o caminho do homem correspondente à ordem cósmica.
Buda pregava o caminho sagrado de oito elementos.
Jesus disse de si mesmo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).
A encruzilhada era considerada antigamente como o lugar de encontro com forças sinistras (demônios, mortos) e com o destino; Édipo assassinou seu pai numa encruzilhada.
4. SÍMBOLO, CAMPO, CIDADE
4.1. SÍMBOLO
O caminho é o símbolo expressivo da vida humana. É uma linha tênue que se perde no horizonte na busca de algo superior. O símbolo do caminho é o símbolo do caminhar. Nada pode ficar parado. Tem que haver movimento. É a incessante caminhada da infância à juventude, desta para a maturidade e da maturidade para a velhice. Para que atinja os seus objetivos, as suas metas, o ser humano é posto diante de diversos atalhos e muitas bifurcações.
4.2. CAMPO
Na vida, há diversos caminhos. Há o caminho rústico do homem do campo. O homem do campo vive isolado, em meio à natureza, organizando a sua fazenda no sentido de gerar matéria prima e alimentos para os outros indivíduos da sociedade. É um caminho revestido de sua importância. Na organização social, todo trabalho útil é bem-vindo. O que seria do presidente da república sem o trabalho humilde do lixeiro?
4.3. CIDADE
Diferentemente do campo, o caminho na cidade se faz através das ruas e avenidas. É o ajuntamento de pessoas e o caminho apressado do homem citadino. Podemos caminhar por ruas, avenidas e praças. Nos campos, as estradas estão vazias; nas cidades, superlotadas.
5. BUDA, JESUS E PAULO
5.1. BUDA
Buda, há 2.500 anos, em suas tentativas de iluminação, já nos alertava para a supressão de todo o sofrimento. Os seus ensinamentos se basearam nas Quatro Nobres Verdades, em que destaca a natureza, a causa, a supressão e o caminho para a supressão do sofrimento. No caminho da supressão do sofrimento, ele enfatiza o Nobre Caminho Óctuplo: entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta e concentração correta.
5.2. JESUS
O caminho está ligado à experiência religiosa de Israel. Mas o caminho por excelência dos cristãos é Cristo. Jesus é tido como o intermediário que leva o individuo ao encontro do Pai, Deus. Cristo é o caminho por tanto tempo esperado. Ele é a esperança de salvação da humanidade "pecadora". Nesse sentido, toda a caminhada tem que ser feita por um único caminho, o caminho traçado pelo mestre Jesus.
5.3. PAULO
Paulo estava perseguindo os cristãos. No caminho de Damasco, sofre uma queda, fica temporariamente cego e vislumbra a figura de Jesus, quando ouve:
— Saulo!... Saulo!... Porque me persegues?
— Quem sois vós, Senhor?
— Eu sou Jesus!..."
A partir desse momento, tomou um caminho totalmente oposto ao que até então seguia. De perseguidor, passou a perseguido; de chefe, a subalterno; de eminente estadista, a um anônimo qualquer.
6. DOUTRINA ESPÍRITA
6.1. PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
Desde que fomos criados por Deus, simples e ignorantes, o caminho da evolução foi posto em nossa consciência. Para tanto, há necessidade das diversas existências, pois uma única não é suficiente para adquirir o progresso total. Numa encarnação desenvolvemos mais o intelecto; em outra, a parte moral. De modo que, ao longo do tempo, de encarnação em encarnação, aumentamos o nosso grau de perfeição e assim vamos nos aproximando cada vez mais à perfeição ensinada pelo mestre Jesus.
6.2. CAMINHO DA VIDA
Allan Kardec, no item “Caminho da Vida”, do livro Obras Póstumas, compara a evolução do ser humano às vitórias obtidas na estrada, cujas florestas devem ser ultrapassadas. Na primeira delas, temos muitas dificuldades, pois não conhecemos os seus meandros: erramos, sem saber para onde vamos; mesmos extenuados e rasgados pelos espinhos chegamos ao nosso curso. Na segunda floresta, estamos mais confiantes, pois a experiência da primeira nos desvia do trajeto indevido. Na terceira floresta, estaremos ainda mais confiantes e, assim, sucessivamente.
6.3. PROSSEGUINDO
O Espírito Emmanuel, no capítulo 81 “Prosseguindo”, do livro
Palavras de Vida Eterna, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier,
consola-nos ao comentar o trecho evangélico “Prossigo para o alvo...” Paulo (Filipenses, 3,14). Ele
nos ensina que o menino deixa a infância para entrar mocidade, o jovem deixa a
mocidade para entrar na madureza, o adulto deixa a madureza para entrar na
senectude e ancião deixa a extrema velhice para entrar no mundo espiritual, não
como quem perde os valores adquiridos, mas sim prosseguindo para o alvo que as
Leis de Deus nos assinalam a cada um...
7. CONCLUSÃO
Conforme formos caminhando ao encontro de Jesus, o próprio caminho vai-se nos abrindo para horizontes mais vastos que antes não tínhamos previsto. Saibamos confiar em Deus. Ele sabe o que é melhor para a salvação de nossa alma.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo: Paulinas, 1983.
KARDEC, A. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 15.ed., Rio de Janeiro: FEB, 1975.
LURKER, Manfred. Dicionário de Simbologia. Tradução Mário Krauss e Vera Barkow. 2. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2003.
XAVIER, F. C. Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel. 8. ed., Minas Gerais: CEC, 1986.
São Paulo, janeiro de 2015.
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