Assistência Espiritual: Palestra A2

Sérgio Biagi Gregório

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. Roteiro do Trabalho de Assistência Espiritual A2: 3.1. Preparo dos Médiuns antes de Iniciar as Tarefas; 3.2. Desenvolvimento do Trabalho junto ao Público; 3.3. Formação de Corrente de Médiuns. 4. Objetivos da Assistência A2: 4.1. Desequilíbrio Momentâneo do Assistido; 4.2. O Problema da Obsessão; 4.3. A Função do A2. 5. Discorrendo sobre o Trabalho em Si: 5.1. Preparação de Ambiente; 5.2. Preparação dos Médiuns; 5.3. O Preparo do Expositor. 6. Conclusão. 7. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

A Assistência Espiritual, denominada A2, resume-se numa palestra evangélica de aproximadamente 40 minutos. O seu objetivo é transmitir as verdades imorredouras do Cristo, no sentido de acalmar e equilibrar os pensamentos dos que frequentam a reunião.  

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O Centro Espírita Ismael segue os “passes” padronizados pela Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP). Há uma nomenclatura para os diversos tipos de assistência espiritual. Eis algumas delas: Passe Espiritual, Assistência A3, Assistência P1/P2, Assistência P3E e Assistência P4.

A Assistência A2 é uma dessas assistências. É um passe coletivo e faz parte de uma engrenagem mais ampla, que é o trabalho de passes de um Centro Espírita.

Essa assistência é indicada para os casos de natureza espiritual mais profunda:  desespero, melancolia, cólera e melindres; perturbações e envolvimentos de fundo mediúnico, problemas de mediunidade (visões e arrepios) e depressão nervosa.

3. ROTEIRO DO TRABALHO DE ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL A2

3.1. PREPARO DOS MÉDIUNS ANTES DE INICIAR AS TAREFAS (10 MINUTOS)

a) Prece inicial

b) Leitura de mensagem

c) Passe conjugado

d) Prece final

3.2. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO JUNTO AO PÚBLICO (1 HORA)

a) Prece inicial

b) Tema conforme escala (40 minutos)

c) Vibrações

d) Mentor

e) Prece final

f) Avisos

3.3. FORMAÇÃO DE CORRENTE DE MÉDIUNS

Além da mesa, composta por um diretor, um auxiliar e um médium psicofônico para receber as instruções dos mentores espirituais, pode-se, conforme for a quantidade de colaboradores, formar uma corrente de médiuns para dar sustentação ao trabalho.

4. OBJETIVOS DA ASSISTÊNCIA A2

Dar prosseguimento ao equilíbrio do “assistido”.

4.1. DESEQUILÍBRIO MOMENTÂNEO DO ASSISTIDO

Em nosso dia-a-dia, estamos sujeitos a uma série de situações que nos causam estresse: a falta de dinheiro para o nosso sustento, o relacionamento no local de trabalho, as desavenças familiares, as rusgas e a nossa própria intemperança. Essas situações, quando administradas inconvenientemente, geram um desequilíbrio emocional muito intenso, provocando viés de conduta, necessitando de uma assistência espiritual. Muitas dessas situações levam-nos à obsessão.

4.2. O PROBLEMA DA OBSESSÃO

De acordo com Allan Kardec, a obsessão é a persistência que um Espírito menos feliz exerce sobre uma pessoa. Essa persistência depende muito de nossos próprios pensamentos, pois o atraímos para o nosso convívio emocional. Às vezes, transforma-se num monoideísmo de difícil ruptura.

Estando nessa situação, a pessoa procura um Centro Espírita. Passa pela entrevista e lhe dão, por exemplo, a Assistência P3E, que é o trabalho de desobsessão. Essa assistência é conjugada com o Passe Espiritual.

O passe P3E e o espiritual deixam-na mais robustecida; em outra entrevista, indicam-lhe a Assistência A2, cujo objetivo é modificar seus hábitos e atitudes.

4.3. A FUNÇÃO DO A2

É um trabalho voltado para as pessoas, que após terem passado por outras assistências da Casa, já não apresentam acentuado grau de envolvimento espiritual negativo.

O objetivo dessas palestras é melhorar o pensamento do frequentador, no sentido de mudar a sua conduta frente à vida e a si mesmo.

É romper a simbiose e o monoideísmo.

Exemplifiquemos: o trabalho de desobsessão foi a primeira tentativa de doutrinar o obsessor. Acontece que os automatismos dos pensamentos de tristeza, melancolia, ódio continuam jungidos ao frequentador. Os ensinamentos evangélicos, transmitidos nessa assistência espiritual, podem perfeitamente desfazer esse automatismo e criar hábitos e atitudes voltados para o bem, para a felicidade.

5. DISCORRENDO SOBRE O TRABALHO EM SI

5.1. PREPARAÇÃO DE AMBIENTE

 

Os preparativos espirituais para a realização de uma sessão espírita são ativos e complexos: eles começam bem antes de nossa chegada ao local. 

 

Para cada tipo de trabalho há um cuidado especial. O Espírito André Luiz, no capítulo 43 de Os Mensageiros, fala-nos da divisão da sala por longas faixas fluídicas, no serviço de preservação e vigilância em relação aos sofredores que ali acorriam. Eles magnetizavam o próprio ar.

 

No capítulo 28 de Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz discorre sobre a proteção e a preparação de ambiente para a realização de uma sessão de efeitos físicos. Diz-nos que os Espíritos procedem à ionização da atmosfera, combinando recursos para efeitos elétricos e magnéticos. Nos trabalhos deste teor reclamam-se processos acelerados de materialização e desmaterialização da energia.

 

5.2. PREPARAÇÃO DOS MÉDIUNS

 

O médium deve estar sempre bem preparado para o trabalho espiritual, pois ele será o intermediário na assistência dos Espíritos. Não estando devidamente equilibrado, poderá atrapalhar a veiculação dos bons fluidos dos benfeitores espirituais.

 

Por isso, ele deve:

 

1) evitar os noticiários televisivos, principalmente aqueles que antecedem a reunião espiritual;

 

2) fazer um pequeno repouso, alguns momentos de meditação;

 

3) evitar rusgas e discussões acaloradas.

5.3. O PREPARO DO EXPOSITOR

A preparação do expositor é o ponto forte dessa assistência. Sob sua palavra, a reunião vai se desenrolar. O expositor precisa conhecer a Doutrina Espírita e, principalmente O Evangelho Segundo o Espiritismo, matéria-prima de sua exposição.

Não é viável transformar a sua palestra numa aula. A aula tem outra dinâmica, pois está mais voltada para a razão do que para emoção. Aqui, não. É necessário mudar comportamentos, atitudes, idiossincrasias etc.

O expositor deverá ter um fluxo de ideias para conduzir o pensamento do frequentador, sem lhe causar graves transtornos. Lembrar que para Deus tudo é possível, e que sua misericórdia é sem limites.

Em outras palavras: o expositor da boa nova assemelha-se a um técnico eletricista desligando as tomadas mentais infelizes.

6. CONCLUSÃO

Em todo o trabalho de assistência espiritual, pede-se que o frequentador tenha muita fé e confiança nos médiuns e nos Espíritos protetores. Assim, na condição de “assistido”, tenhamos fé; na condição de colaboradores, saibamos passar confiança e tenacidade aos que procuram uma Casa Espírita.  

7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

PETRONE, M. Assistência Espiritual. São Paulo, FEESP, 1996.

XAVIER, F. C. Nos Domínios da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz. 10. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1979.

XAVIER, F. C. Os Mensageiros, pelo Espírito André Luiz. 7. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1969.

São Paulo, 23 de agosto de 2010.

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